27/08/2009

Palco


As ovações do passado de nada servem quando cansado, de rastos, tentas encontrar o teu rumo. Se um dia te cortarem esse fio invisível que te liga ao infinito, se destruirem essa força que te mantém em pé,vais cair como uma qulaquer marioneta quando acaba de cumprir a sua função.
O que acontece antes do presente não te pode agora dar refúgio.Sabes que não consegues parar o tempo que te prende e te foge por entre os dedos sem remédio e sem retorno.
Repetes baixinho como quem diz a medo uma verdade absoluta: se em frente a uma plateia de estranhos não consegues dizer o que sentes é porque eles não seriam capazes de o entender. Não dizes.
Olhas em frente e sabes que ninguém existe para ti porque tu também não existes paraa ninguém. Nesta vida fútil que ninguém consegue entender, esforça-te por cumprir o teu papel enquanto as luzes ainda estão acesas. Aplaude o teu público por ser continuamente o espelho de tudo o que fazes.
Quando a peça acabar
fecha os teus olhos e repousa
para acordares num outro sonho qualquer.

1 comentário:

Lena Guerra disse...

Eu conheço este texto =) Está num livro onde publicaste alguns textos :) gosto tanto tanto!!