20/08/2009

Ler, ler ler ler ler ler ler


era tudo o que me apetecia fazer. È quase indescritível o prazer de ler um livro que nos consegue cativar. A vontade de saber o que vai acontecer a seguir, o tentar controlar o ímpeto de ir à ultima página. Não há muita gente que consiga realmente cativar assim pelas palavras, muito menos quando falamos de um romance de 611 páginas que nos consegue cativar da primeira à última. Um romance sobre um Portugal que (felizmente) não vivi, que compreendo mas que certamente me seria difícil aceitar, um relato que nos faz dar valor à liberdade, para nós um dado adquirido e por isso tantas vezes menosprezada. José Rodrigues dos Santos é uma boa leitura de Verão. Mas acho que a seguir preciso de Vergilio Ferreira.



"Começou a convencer-se de que o mundo não tinha significado nem propósito, existia simplesmente, com desprendimento, alheio ao espantoso sofrimento que as suas regras implacáveis ditavam. Cada vida é uma tragédia imensa para quem a vive, mas cruelmente insignificante à escala do universo. Os seres vivos sofrem e o mundo mostra-se estranho a esse sofrimento, encarando-o com indiferença, aceitando-o como fazendo parte da ordem natural das coisas, como se a dor fosse o motor da existência, a iniquidade o seu preço. Cada desejo procura satisfação, cada obstáculo gera sofrimento. mesmo a satisfação de um desejo apenas suscita felicidade temporária; Logo a seguir vem um novo desejo, de novo travado por mais um osbtáculo, o que significa que a existência é sempre luta, o sofrimento omnipresente, a felicidade efémera.

Sem comentários: