05/08/2009

assim vai o mundo...





A tradição não é mesmo o que era...

Há anos atrás, aqui estava eu, neste mesmo sítio à beira mar plantado, a gozar uns belos 15 dias de praia agarrada apenas a um livro que alternava com umas palavras cruzadas (que ficavam invariavelmente com quadrados por preencher, uns phones nos ouvidos e umas belas caminhadas de entremeio.
Agora, estou sentada com o computador no colo. Já desesperei porque não conseguia ter net. Já perdi tempo a consultar os mails. Já descarreguei as fotos de hoje. Estou a ouvir música no youtube. já respondi aos convites do facebook. Será que há palavras cruzadas online?
Qualquer dia ler um livro é tão obsoleto como contar pelos dedos. Já me estou a ver a contar as netos: no meu tempo, iamos à livraria e comprávamos os livros, e depois podiamos lê-los em qualquer lado. Quando os líamos, sublinhávamos as passagens que mais gostávamos e dobrávamos as esquinas das páginas para sabermos onde íamos. Conheciamos os livros pelo cheiro, cheiro a novo, cheiro a pó, e com sorte alguns ficavam com cheiro a mar. Às vezes tinham gralhas, traziam páginas repetidas, às vezes trocadas. Depois iam para a estante, alguns eram desfolhados outra vez, nem que fosse só para lermos novamente as passagens que tinhamos sublinhado. às vezes os amigos escreviam dedicatórias neles. ok. Esta conversa até me deixou nostálgica. Computador off. Vou ler o livro que me piscou o olho na estante, enquanto é tempo.

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